JANEIRO


Um futuro para a igreja, por favor!


Muitos se mobilizaram para acirrar o debate imanência-transcendência. Ficou démodé advogar a transcendência. Quem usa calça skinny, tem computador Apple ou freqüenta o MASP, tem que ser necessariamente advogado da imanência. Transcendência é coisa do passado.

À parte a brincadeira de gosto, as igrejas cristãs, como força social, política, administrativa, como celeiro de subjetividades, como formadora de crianças e jovens, precisa, de forma imediata, abarcar as questões ambientais. Quer o pastor seja da transcendência ou da imanência.

O dilema que chamo do “Canalha excluído” é aquele segundo o qual, 5/6 do planeta subscreve-se em alguma grande religião. E todos os credos defendem alguma forma de amor e respeito ao próximo. Quem seria o responsável pela continuidade da guerra, da manutenção da fome, das práticas de tortura, subemprego, entre outras? A cruzada é contra os infiéis, por petitio principii. Mas não há, praticamente, infiéis. O mesmo raciocínio do “Canalha excluído” se aplica à questão ambiental. De quem teríamos que exigir consciência com o planeta se todas as denominações religiosas levassem a sérios seus preceitos milenares de cuidado com a natureza? Estaria o mundo todo a serviço do futuro da humanidade.

Quando digo que é preciso uma reorientação imediata das preocupações, isso só  deve ser levado a sério se quisermos ter um futuro. Com ar, água, florestas, rios, mares que suportem nossas vidas.


Lucas  Furió é professor de filosofia e artes, além de técnico em segurança do trabalho.




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