Estrutura produtiva, valor de troca e barriga vazia
Estrutura produtiva, valor de troca e barriga vazia
Eu pensava que o melhor amigo do gordo fosse o palmito. Já me socorri num custoso vidro da iguaria semi-proibida algumas vezes. Dá saciedade, tem sabor, tem textura e combina perfeitamente com uma salada. Se o programa de índio for comer palmito, pode me chamar que levo a fome.
Agora foi gazeteado no jornal que inventaram um macarrão que praticamente não tem calorias. David Hume, o cético empirista escocês, iria à loucura, uma vez que no intróito de seu Ensaio questiona “esse pão me alimentará?”, lançando a dúvida cética ao cotidiano, que no limite do espaço era colocada ao Sol: “será que nascerá amanhã?”.
Não temos garantia alguma que nascerá o Sol. Nem que qualquer pão nos alimentará, na era de salgadinhos que parecem isopor e macarrão com 9 calorias em 100 gramas.
Se o propósito do alimento é fornecer energia e se o propósito do trabalho é proporcionar vida, que só é possível pelo trabalho, alguma coisa foge à equação que classicamente Marx formulou... o valor de troca do bem seria calculado, entre outros fatores, pela quantidade de trabalho. Trabalho em física é definido por transformar energia em movimento. Não apenas as leis da sociologia e da economia são quebradas pelo macarrão da senhora Thamara Gama como também as leis da física! Merece um prêmio. A comida mais anarquista do mundo: rompe com todas as leis e ainda pode ser vendida em mercado. Olha, vou te contar, é de arrancar o jacaré.
Lucas Furió adora a etimologia da palavra “salarium”

Comentários
Postar um comentário